quinta-feira, 28 de abril de 2011

E então eu escrevo sobre você. Escrevo e te eternizo em linhas, versos, parágrafos e poemas, e te transformo em texto lido, palpável, eterno, pelo menos enquanto durar a minha vida. E então eu recordo frases feitas, olhares perdidos, momentos de silêncio e vejo que durante o tempo, só eu estive lá. E tentando decifrar seus olhos, consegui entender que não tivemos nada, a não ser a vontade mútua de não ficarmos sozinhos. E então nos tornamos um, na superficialidade da nossa solidão, e por isso não tivemos pele, não tivemos amor, porque queríamos companhia, para enganar nossos silêncios e nos convencer de que não estávamos sozinhos. Mas estávamos. E então eu escrevo sobre você, e é quando te transformo em letra, que te sinto pela primeira vez. Não como ser presente, mas como lembrança viva de tudo o que nós não fomos.


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