sábado, 20 de agosto de 2011




Deixo tudo assim
Não me importo em ver a idade em mim,
Ouço o que convém
Eu gosto é do gasto.

Sei do incômodo e ela tem razão
Quando vem dizer, que eu preciso sim
De todo o cuidado


E se eu fosse o primeiro a voltar
Pra mudar o que eu fiz,quem então agora eu seria?





Ahh, tanto faz
Que o que não foi não é
Eu sei que ainda vou voltar...
Mas eu quem será?

Deixo tudo assim,
Não me acanho em ver
Vaidade em mim
Eu digo o que condiz.
Eu gosto é do estrago.

Sei do escândalo




E eles têm razão
Quando vêm dizer
Que eu não sei medir
Nem tempo e nem medo


E se eu for
O primeiro a prever
E poder desistir
Do que for dar errado?


Ahhh
Ora, se não sou eu
Quem mais vai decidir
O que é bom pra mim?

Dispenso a previsão!

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Cada música que escuto é uma forma de escutar sua voz rouca, que agora eu já nem lembro mais. É que vezenquando toca aquela música que você adorava, e nas noites de insônia eu a canto mentalmente, nisso sinto o seu abraço e tenho bons sonhos. Aos poucos você vai se apagando das minhas lembranças, às vezes você é um borrão acinzentado... Quando isso acontece, (re)vejo fotos de um setembro mais suave, e nisso caem lágrimas involuntárias de meus olhos, meu coração fica pequeno... é nessas horas que eu sinto o seu perfume. Porque faz muito tempo que tudo que eu escrevo e penso se resume a você. Não sei mais dizer se meus gostos são realmente meus, ou se agora misturam com os seus. Certas noites, eu penso em você. E fico pensando assim... porque tivemos o nosso fim? Afinal, cada texto que eu leio e cada poesia que aqui escrevo é uma forma calada de te dizer que ainda penso em ti.

Expectativas eu sempre terei...só não posso permitir que elas se tornem exigências.


quarta-feira, 17 de agosto de 2011






"Vai, minha tristeza, e diz a ele 
Que sem ele não pode ser 
Diz-lhe, numa prece, que ele regresse 
Porque eu não posso mais sofrer 
Chega de saudade, a realidade é que sem ele 
Não há paz, não há beleza 
É só tristeza e a melancolia 
Que não sai de mim, não sai de mim, não sai" 

“Preciso de alguém, e é tão urgente o que digo. Perdoem excessivas, obscenas carências, pieguices, subjetivismos, mas preciso tanto e tanto. Perdoem a bandeira desfraldada, mas é assim que as coisas são-estão dentro-fora de mim: secas. Tão só nesta hora tardia - eu, patético detrito pós-moderno com resquícios de Werther e farrapos de versos de Jim Morrison, Abaporu heavy-metal - só sei falar dessas ausências que ressecam as palmas das mãos de carícias não dadas.”


“Lá está ela, mais uma vez. Não sei, não vou saber, não dá pra entender como ela não se cansa disso. Sabe que tudo acontece como um jogo, se é de azar ou de sorte, não dá pra prever. Ou melhor, até se pode prever, mas ela dispensa.
Acredito que essa moça, no fundo gosta dessas coisas. De se apaixonar, de se jogar num rio onde ela não sabe se consegue nadar. Ela não desiste e leva bóias. E se ela se afogar, se recupera.
Estranho e que ela já apanhou demais da vida. Essa moça tem relacionamentos estranhos, acho que ela está condicionada a ser uma pessoa substituta. E quem não é?
A gente sempre acha que é especial na vida de alguém, mas o que te garante que você não está somente servindo pra tapar buracos, servindo de curativo pras feridas antigas?
A moça…ela muito amou, ama, amará, e muito se machuca também. Porque amar também é isso, não? Dar o seu melhor pra curar outra pessoa de todos os golpes, até que ela fique bem e te deixe pra trás, fraco e sangrando. Daí você espera por alguém que venha te curar.
Às vezes esse alguém aparece, outras vezes, não. E pra ela? Por quem ela espera?
E assim, aos poucos, ela se esquece dos socos, pontapés, golpes baixos que a vida lhe deu, lhe dará.
A moça – que não era Capitu, mas também têm olhos de ressaca – levanta e segue em frente.
Não por ser forte, e sim pelo contrário… Por saber que é fraca o bastante para não conseguir ter ódio no seu coração, na sua alma, na sua essência. E ama, sabendo que vai chorar muitas vezes ainda. Afinal, foi chorando que ela, você e todos os outros, vieram ao mundo.”
'Adoro comprar flores e acender incensos e fazer pequenas
faxinas arrumando cantinhos “artísticos”. Talvez seja um tanto
kitsch, mas é a forma — saudável, suponho — que encontrei de
reagir não só à feiúra de fora, que é cada vez maior, mas também
à feiúra de dentro. Que embora controlada, você sabe, às vezes
ameaça explodir.'