sábado, 12 de novembro de 2011

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Atravesso a sala, ele me atrai versos. Não são apenas suas mãos que me conduzem, nem seus pés, mas seus olhos, sua pele quente, seus inversos. Ele é conduzido pela alça caída do meu vestido, minhas costas nuas, minha cintura envolta que não deixa que eu recue.Eu respiro fundo pra trazer mais fôlego, damos voltas, ele me aperta. Nossos corpos musicalizados.E o meu vestido mais curto,o corpo inclinado. E ele quase me beija, mas me possuindo daquele jeito meio manso, muito macho, cheio de força e delicadeza, decidido e sem sentimentalismo barato, apenas me olha bem perto. Desperto. Sinto-me vestida de vermelho e babados. Mas estou de camisola branca... presa no cativeiro dos seus braços. Seios que insinuam desejo. Ele finge que não repara, mas suas mãos invadem minhas coxas e descobrem a umidade do que será permitido ou suplicado. E me diz no ouvido: saudade. E eu não respondo, mas meu corpo nu. Minha camisola muda a cor da luz do abajur. Atravesso a música, ele me atrai versos, e eu erro o passo, ele me traz para mais perto. Atravesso o corredor da casa, ele me atrai versos e me diz no ouvido uma frase_ um substantivo sem verbo: saudade. Atravessados na cama, ele me atrai versos e me diz no ouvido de um jeito sacana: saudade. Mas me falta o verbo. Atravessa o meu corpo, ele me atrai versos e eu digo sem jeito em seu ouvido: não quero. Atravesso a sanidade, ele trai os meus verbos e me induz a mudar de ideia quando digo: saudade. Eu quero.